Chuvas provocam tragédias em comunidades de São Mateus

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As chuvas torrenciais do verão paulistano têm provocado todos os dias transtornos previsíveis na cidade de São Paulo e como não poderia deixar de ser, também, nas ocupações irregulares que as famílias vão fazendo às margens de um sem número de córregos. Na zona leste idem, na região de São Mateus, então, teve problemas em diversos lugares.
Em São Gonçalo, Caboré, Vila Gil entre outras da região, casas irregulares por estarem às margens, quando não, por sobre os córregos, ocupação está que é proibida por lei, foram atingidas por enchentes, assoreamentos diversos e até desmoronaram com as chuvas constantes e torrenciais. Dezenas e mais dezenas de famílias tiveram perdas significativas de bens materiais e de suas próprias casas, o que colocou em ação uma rede de apoio de membros das comunidades próximas, de perueiros de transporte escolar, de membros do conselho participativo da região, da igreja batista local.
Segundo disseram a reportagem os membros do Conselho Participativo dos distritos Iguatemi e São Rafael, Gildete Ribeiro de Almeida, Fátima Magalhães, Marcelo Gardinalli e Rose Gouveia, logo após a ocorrência dos desabamentos de barracos no sábado, Gildete montou um grupo na rede social buscando envolver o maior número de pessoas que pudessem ajudar na emergência, no que foi prontamente atendida. De distintos modos, pessoas que foram sensibilizadas pelo apelo e pela ocorrência da tragédia com essas famílias, se mobilizaram para ajudar.
Cestas básicas, roupas e em alguns casos pontuais hospedagem provisória foram disponibilizados para as famílias vitimadas pelos problemas desses dias numa ação de solidariedade digna de nota.
Nas regiões citadas foram cinco ocorrências significativas dentro de aproximadamente outros 100 pontos passíveis de terem os mesmos problemas, segundo a prefeitura; o que significa que esse tipo de triste ocorrência deve continuar. Para o grupo da rede social foram produzidos slides e vídeos sobre algumas situações que ampliaram o alcance de pessoas que poderiam se envolver em ajudar. E assim foi entre domingo, segunda e terça-feira.
Pela Igreja Batista, localizada a duas ruas da comunidade Caboré que teve muitos problemas, Gil mobilizou a congregação que passou a manhã do domingo (17/02) entre coleta e organização de doações, preparo de café da manhã e almoço para mais de 500 pessoas distribuídas por marmitex. Segundo Gil, muitas crianças da comunidade estiveram na igreja com roupas e calçados cheios de lama; passaram por um banho de mangueira e saíram com roupas e calçados limpos que foram conseguidos com as doações. Segundo Gil, até mesmo em outra comunidade, já pertencente ao distrito de Itaquera, chegaram doações e alimentos que foram arrecadadas por pessoas, organizações e entidades como a Sociedade Amigos do Iguatemi, entre outras.
A questão é que quanto tempo mais ainda situações como esta ocorrerão? As pessoas precisam morar e não existe uma politica habitacional efetiva por parte dos governos municipal, estadual e federal e as ocupações irregulares vão continuar ocorrendo; muito pela necessidade de local para morar e outro tanto pela falta de consciência dos ocupantes e de intermediários que promovem ocupações em qualquer lugar até mesmo onde a legislação ambiental não permite, ou seja, às margens de córregos que cortam as periferias da cidade e que é um convite para que novos deslizamentos aconteçam.
Aconteceu e voltará acontecer. Para emergências, atitudes como a dos envolvidos no sentido de minorar o sofrimento das pessoas, estarão de volta também. A única certeza é que as chuvas voltarão, mas as soluções definitivas não.

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