Com a crise, brasileiro ficará em compasso de espera

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No índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2014, o Brasil ficou atrás de países latino-americanos como a Argentina, o Chile, Uruguai, Cuba e Venezuela. Os dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostram ainda que o Brasil caiu uma posição no ranking mundial e entre 188 países está em 75o lugar. O IDH mede o desenvolvimento humano por meio de três componentes: a expectativa de vida, educação e renda.

Só não está pior, os indicadores que representam melhorias sociais tiveram avanços, como esperança de vida ao nascer e a média de anos de estudos por causa das políticas sociais. A queda na Renda Nacional Bruta per capita e a queda no Produto Interno Bruto (PIB) ainda terá um impacto negativo e somar-se-á ao ânimo brasileiro, também em queda.

Aliado a essa situação o clima de instabilidade política e econômica brasileira. A calmaria de anos recentes foram embora virando as coisas de cabeça para baixo. O Brasil agora vive um impasse agudo. Estamos perplexos e preocupados com a deterioração do quadro institucional e a falência e impotência do atual governo em sair da crise.

A rejeição ao governo cresce fortemente da mesma forma que a sensação de estelionato eleitoral generalizado. Em nenhuma esfera, federal, estadual e municipal os representantes eleitos estão cumprindo com suas promessas e plataformas. O que se prometeu não se cumpriu e as maldades que se faz é o que se acusava seriam feitas pelo adversário.

A ladeira agora é em direção sul, para baixo.

A Operação Lava Jato, apesar de suas falhas e falta de abrangência e resistência em investigar outros partidos que não o PT mostra que a corrupção é sistêmica, diária e institucionalizada. Existem muitas dúvidas quanto ao final de todas essas investigações, acusações, provas e contra provas e se os envolvidos serão punidos.

No melhor dos mundos desejaria que todo o dinheiro roubado voltasse aos cofres públicos. Tenho insistido que expropriar o ladrão, o corrupto é pena muito maior e mais eficiente que enviá-lo para a cadeia.

O governo federal que já não tem maioria parlamentar nas casas legislativas está em vias de ter que comprovar que não cometeu os crimes de irresponsabilidade fiscal de que é acusado. Há versões para todos os gostos; dos que acusam e propõe o impeachment e os que argumentam que o impeachment não se sustenta porque não houve a pedalada fiscal conforme objeto do processo. Vamos ver onde isso vai chegar.

A situação a que chegamos aqui nós da população tem muito a ver com a fragilidade desse governo e a baixa confiança que de certa forma depositamos nele. A sua fraqueza pode ser comprovada o processo de indicação dos membros que comporiam a comissão processante nestes dias.

Perdeu feio e só não já está apanhando mais porque o STF ainda vai analisar de como se dará o rito do processo. O PT fala que é golpe. Rigorosamente, não é. O Impeachment está previsto na Constituição e a Dilma ainda poderá sair desse processo inocente. O jogo será pesado.

Enquanto isso tudo não desata, e é bom que saibamos que mesmo com a Dilma saindo a situação da economia vai demandar outras tantas ações para voltar a uma situação mínima de estabilidade, não será possível termos as comemorações de Natal e de final de ano com a tranquilidade e a maciota de outros anos.

Por causa, em parte da situação mostrada acima, já estamos vivendo um ciclo inflacionário beirando os dois dígitos, um desemprego formal que cresce, embora lentamente, uma retração nos empreendimentos e dificuldades em gerar renda em atividades alternativas.

Com a confiança abalada e em compasso de espera sobre o desenrolar da situação política brasileira, os cortes de gastos de empresas e entes públicos aumentam, o investimento simplesmente desapareceu e as dificuldades, principalmente no setor assalariado já se faz notar. Com menos grana no bolso, desconfiança crescente, medo de um futuro incerto, só resta ao brasileiro se contentar em ser mais contido e econômico neste mês que carrega consigo a expectativa da virada. Mas que virada será essa? (LM/JMN)

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