O fato é que não precisava

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Na minha humilde opinião nem sessões da Câmara Municipal, nem Prefeitura nos Bairros, uma versão 2015 de governo itinerante precisavam acontecer. O certo é que o deslocamento de uma sessão da câmara municipal, como ocorreu no mês passado para o Ceu São Mateus gerou despesas extras que ao final são custeadas pelo nosso dinheiro.
A eventual alegação que eram custos já rubricados da própria câmara não me convence o suficiente e, no mínimo, uma ou outra despesa, de refeição de nobres edis e assessores podem ter sido acrescentados. Desconfiança sobra, mas reconheço que isso nem é na atual conjuntura o mais importante.
O fato é que o encontro de vereadores serviu bem ao proselitismo dos representantes que, via de regra, falaram bem de si próprios quando não pela boca deles próprios, pela boca de assessores ou simpatizantes estranhamente escolhidos para falar ao microfone no meio de mais de 130 inscritos ao sorteio para falar de moradores e lideranças locais.
Quanto à vinda da prefeitura; prefeito e seus principais secretários para uma ação até certo ponto discutível a inoperância é mais explicita. Porque raios, precisaríamos da presença do ‘estado maior’ da prefeitura para ouvir o que as lideranças não se cansam de informar, reclamar, reivindicar aos órgãos do município indo diretamente a eles, como é o caso, por exemplo, da subprefeitura?
O que se pediu, às vezes jeitosamente, às vezes aos gritos, às vezes aos lobbies, às vezes na pressão em atendimento as demandas das comunidades já está, ou deveriam estar na pauta de demanda da subprefeitura. Se ela, como representante autorizado da prefeitura no local não responde, não dá encaminhamentos e, por vezes, nem explica claramente as razões do que decidem em que mudaria a presença do prefeito?
E mais, se uma demanda acaba por se atendida, depois de anos de lutas e reivindicações, apenas pelo possível gosto pessoal do prefeito ou de seus secretários, qual é o critério que deve valer?
Ou a administração pública tem um plano e do plano um planejamento e do planejamento tem os projetos ou esse processo todo pode ser um faz de conta, que a depender do humor e do grau de simpatia dos dirigentes do executivo, são alterados em desrespeito ao planejado.
Também ficou meio claro que a presença da prefeitura em exercício localmente foi antes de tudo uma ação de marketing tantas vezes outrora ocorrida. A atual administração não foi a primeira a fazer isso, nem será a última. Funciona em algum grau, mas, também, semeia a descrença futura e a desconfiança quanto à sinceridade da ‘escuta’ quando nada delas se realiza.
Ainda na minha humilde opinião que pode estar errada e não seria a primeira vez, pode ter havido nesta ação uma sincera intenção de aproximação do executivo municipal com o povo e suas necessidades. Se assim fosse e até pode ser, antes de decepcionada por conta da minha desconfiança, ficaria mesmo é feliz.
Mas não foi o que pareceu. Novamente, a presença de assessores aos quilos, de técnicos filtrando o que podia ou não chegar aos ouvidos e ao conhecimento de quem manda, principalmente do prefeito Fernando Haddad, me faz continuar desconfiada.
De uma coisa tenho certeza. Se a Câmara dos Vereadores e os vereadores funcionassem tão bem quanto eles dizem, e se a prefeitura funcionasse mais afinada com a subprefeitura, e esta, com as demandas mais importantes e prioritárias, nenhum deles, vereadores pelo Legislativo e secretários e prefeito, pelo Executivo precisaria vir fazer cenas por aqui.

(LM)

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