Que nos sirva de exemplo

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Em geral esse tipo de coisa não acontece por aqui. Não lembro ao certo sobre a proposta que alguém fez que convidava a população ou os moradores de cada comunidade sair de suas casas e limpar os espaços públicos, separando de forma organizada material para reciclagem, juntando lixo não aproveitável de forma correta, ou seja, em forma de mutirão no Dia Mundial do Meio Ambiente para evidenciar que o lixo que nós produzimos tem que ter destino certo.
Se aconteceu alguma coisa aqui e ali em terras brasileiras, uma delas em destaque foi em um jogo pela copa do Mundo de 2014. Os japoneses torciam pelo seu time e ao final do jogo todos recolheram e separaram seus lixos e de outros que ocupavam aquele mesmo espaço. Foi uma cena bonita que demonstrou o quanto é importante à educação e cultura.
Pois bem, também não lembro se a convocação feita lá em cima teve alguma adesão. Se muito ou pouca gente atenderam ao apelo e saiu limpando seus espaços. Acho que não. Se assim fosse teríamos reparado, alguém teria noticiado.
Mas como falo aqui de lixo, saibamos que, talvez, se trate do maior problema coletivo do planeta. São milhares de milhões de toneladas que nós, esses quase oito bilhões de moradores da Terra, produzimos diariamente extraindo da natureza, transformando-a, utilizando-a e dispensando matérias primas e material manufaturado de uso no dia-a-dia. Esse volume não é brincadeira e temos que ter responsabilidade com isso.
Se para o nosso lixo orgânico, aquele resto de comida as saídas mais simples pode ser a compostagem que em alguns casos podem até ser feitas em casa transformando-o em adubo para vegetação, por exemplo. Quando não, esse lixo orgânico; através de transformações biofísicas podem ser reaproveitado ou absorvido pelo meio ambiente. Muito diferente de outro tipo de lixo os famosos resíduos sólidos urbanos – RSU.
O RSU por seus problemas estéticos, sanitários, econômicos e legais costumam exigir alta prioridade das prefeituras e essas, sabemos, estão sempre com recursos em escassez e/ou falta de espaço e técnicas de reaproveitamento indo parar nos aterros sanitários quando estes estão disponíveis. O mesmo aterro que deveria servir quase que exclusivamente para o lixo orgânico.
A convocação feita para que nós mesmos cuidemos de nossos espaços, com cada qual fazendo a sua parte iria contribuir significativamente para melhoria do planeta que habitamos.
Algumas regras e dicas sempre estão disponíveis esperando por nossa sábia decisão. São elas, começando pela mais importante: consumir apenas e tão somente o que precisamos, sem excessos e exageros; reaproveitar seja da mesma forma tudo o que usamos, por exemplo, roupas que não mais nos servem podem servir para o outro; reaproveitar de formas diferentes, exemplo, se a embalagem que trazia o alimento ficou vazia, quem sabe não se transforme em um guarda-treco ou um vaso improvisado.
Reciclar é a palavra. Se não fizermos nós mesmos, outros poderão fazer. Exemplo é o pneu que você não usa mais e que pode se transformar em artesanato ou enviado para trituração para servir de material para asfaltamento de ruas e estradas. Só aqui são três medidas das mais simples que não vai lhe criar nenhuma dificuldade.
Se você então começar a incorporar um pouco a educação e a cultura daquele japonês que limpou o seu espaço ou comecemos a atender os apelos de dar demonstrações de que cada um pode manter melhor o seu espaço a gente vai fazer o que precisa ser feito.
A certeza é que os problemas com a estética, os maus odores, a poluição do ar, a contaminação do solo e do lençol freático, as enxurradas, os estragos em rios e córregos, as doenças vão diminuir, mesmo que modestamente. Além disso, sintamo-nos reconfortados por estarmos fazendo o certo. (LM)

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