Conselheira participativa fala sobre dificuldades do Jd. Iguatemi

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Fechando as cortinas de 2018, a empresária do ramo educacional Rose Gouveia, uma entre os 15 conselheiros participativos de São Mateus falou com a GSM sobre a sofrida situação do distrito Jardim Iguatemi, que junto com o Parque São Rafael, compõe a região de São Mateus. Trabalhando e atuando no distrito, a empresária deixou a zona de conforto para como cidadã empenhar esforços na tão desejada mudança de perfil do bairro.
Os resultados ainda não podem ser vistos e essa parece ser a sina do distrito. É no Iguatemi que as carências afloram por todos os lados. ´”É uma região atrasada, largada, desassistida, os anos passam e não se percebe melhorias significativas”, diz Rose. “Estamos em uma região em que nada acontece, não temos uma casa de cultura, não temos espaços de lazer para os jovens ou terceira idade. As áreas verdes nativas estão sendo substituídas pela ocupação desordenada e irregular e os serviços públicos não estão em nível aceitável”, afirma.
Embora conhecesse a região onde atua como educadora, a decisão por tornar-se conselheira participativa levou em conta o tamanho da desassistência com a região que, até mesmo pelo adensamento irregular, vem deteriorando o tecido urbano. Poucas coisas resistem com qualidade relativa, notadamente na área da educação seja privada ou pública. O mesmo não pode ser dito com a saúde, a segurança, a mobilidade urbana, o meio ambiente e as ofertas de serviços e de lazer privado ou público. Grande contingente populacional e oferta pequena e de qualidade discutível para o cotidiano dos moradores é a tônica.
Rose explica que é coordenadora do Conselho participativo de São Mateus neste semestre e que o CP tem entre suas funções conhecer, elencar demandas, estabelecer pedidos junto ao poder público, acompanhar devolutivas e fiscalizar de que forma os recursos para a região são usados. Na maioria das vezes a relação com o poder público, notadamente a Prefeitura Regional, é em bom nível independente das conquistas que são poucas e rarefeitas.
Morro do Cruzeiro
A ocupação desenfreada do Morro do Cruzeiro, por exemplo, tido e havido como possível área de interesse ambiental e turístico não é refreada e combatida. O tombamento e o uso e ocupação adequada pelo poder público direto ou em consórcio do local não prospera com velocidade igual a sua depreciação e isso é preocupante.
Rose explicou que a Prefeitura Regional sempre dá retorno as demandas apresentadas pelo Conselho Participativo; no mínimo explicando dificuldades, perspectivas negativas ou positivas e que a relação estabelecida é boa, mas que grande parte das demandas precisa ser encaminhada em interfaces com outros departamentos e secretarias do município, mas essa relação nem sempre é tão ágil quanto se precisa.
Já localmente, não foi nem uma ou duas vezes em que a liderança pode testemunhar a serenidade e seriedade com que o atual prefeito regional lida com os munícipes e suas demandas. Vai além e confessa estar exercitando cada vez mais a qualidade de ouvir a tudo e a todos para melhor compreender e buscar harmonizar os interesses envolvidos.
Diferente de outras fases do conselho participativo, Rose entende que apesar das gigantescas dificuldades as coisas podem caminhar se houver esforços conjuntos entre moradores, entidades, lideranças e o poder público, mesmo porque não há outra saída para o subdistrito de Iguatemi que não seja buscar mudar.
Uma casa de cultura, uma creche ou espaço para a Terceira Idade, uma definição de uso e ocupação adequada do Morro do Cruzeiro, a melhoria da acessibilidade principalmente nas áreas de concentração comercial e de serviços, áreas de lazer e melhoria do atendimento público de saúde estão entre as demandas que, segundo ela, vale a pena estar nos planos de conquistas do conselho participativo.
Para não omitir nada, a liderança informou que para o início de dezembro está previsto a inauguração de um espaço com pista específica para a prática de skate, ao lado do Rodoanel, viabilizado por convênio entre o poder público e uma associação de skatistas que está foi criada especificamente para isso. “Trata-se de um espaço próximo a escola Iguatemi que será destinada a atividades lúdicas e eventos e para o qual a associação cuidará para que tenha um uso correto e adequado tentando não evitar um ambiente ocioso e de mau uso”, resumiu a liderança que é a diretora de esportes dessa nova associação.
Informada pela reportagem sobre os esforços da liderança Deise Achiles do Grande Conselho do Idoso, quanto à busca de um espaço para a Terceira Idade, Rose se dispôs a promover reuniões no sentido de agregar forças para que as conquistas aconteçam. O mesmo com relação ao espaço cultural sugerido por outra moradora muito interessada. Resumindo a ópera: as demandas são ouvidas pelo conselho e parte delas busca se viabilizar com a força da organização. Esse é o trabalho cidadão da educadora durante esse período.
“Precisamos que as autoridades coloquem os olhos sobre nós. Temos muitas necessidades básicas que precisam ser atendidas ou minimamente melhoradas. Não dá para continuar adensando o bairro e não melhorar os espaços de uso público. É para essa ação cidadã que estamos dispostos”, finaliza.

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