Quanto vale uma vida para o Hospital Geral de São Mateus?

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Quanto vale uma vida para o Hospital Geral de São Mateus “Dr. Manoel Bifulco”? A pergunta parte da família Gazeta São Mateus, que por muito pouco quase teve um final dramático com a perda de duas vidas: uma mãe e um recém-nascido. Vidas que só foram salvas devido à dedicação de dois policiais militares da 2ª Cia do 38º BPM/M da região, os soldados Augusto e Ikaro.

No último dia 24/08 2021, por volta das 8h, Dayane Galdino da Costa, esposa do meu neto Rhogert Will Mendonça, foi levada ao Hospital Geral de São Mateus pelo meu filho Marcos Roberto Mendonça, sogro da paciente, com fortes dores e contrações, já prestes a dar à luz ao 2 filho. A jovem foi atendida e a médica solicitou dois exames: o Ultrassom e o Cardiotocografia. Realizados os procedimentos, Dayane retornou para passar em consulta novamente com a médica.

SD PM Ikaro, SD PM Augusto e Marcos Roberto

Começou o desespero

Foi aí que começou o sofrimento. Após sete horas de espera, ela não conseguiu ser atendida novamente pela médica porque a mesma havia ido embora e o hospital não tinha outro especialista para substituí-la. Marcos Roberto foi ao hospital e falou pessoalmente com a ouvidora Deise, que confirmou o absurdo: eles não tinham médico para render a profissional e, pasmem, não podiam fazer nada!

Desesperados, saímos às pressas do Hospital Geral de São Mateus com a Dayane sentindo fortes dores, chorando e sangrando. Partimos rumo ao Hospital Sapopemba e no caminho deparamos com uma viatura da PM com os soldados Augusto e Ikaro, que prontamente fizeram a escolta do nosso carro até a unidade hospitalar. Minutos depois, ela deu a luz ao lindo menino .

Felizmente, apesar do medo, da dor e do risco de vida, essa história teve um final feliz. Mas quantas famílias já perderam entes queridos no Hospital São Mateus por negligência, ou ainda terão de passar por situações assim até que a Secretaria Estadual de Saúde resolva agir? É lamentável que um equipamento desse porte com 31 anos de história, que já foi inclusive referência em atendimento de pré-parto, agora esteja abandonado às moscas.

 

Ryan da Costa Medonça, Dayane Galdino da Costa e Rhogert Will Mendonça da Silva

A redação do GSM recebe frequentes reclamações sobre falta de médico, mau atendimento e problemas de gestão a respeito do único hospital público no bairro. Até quando as autoridades irão fechar os olhos para a gravidade da situação?

Por Lucy Mendonça

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