Pré candidato Luiz Marinho visita o jornal Gazeta São Mateus

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O ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho que também já foi ministro do governo Lula, presidente da Central Única dos Trabalhadores – CUT e do sindicato dos metalúrgicos do ABC visitou a redação no dia 24 de fevereiro entre um compromisso e outro na região. Suas andanças buscam apoio interno no Partido dos Trabalhadores para indicação do seu nome para disputar o governo do Estado de São Paulo nas eleições deste ano.
Luiz Marinho é de Minas Gerais, e desde cedo trabalhava na lavoura com outros irmãos. Aos 13, 14 anos, corria o risco de se intoxicar quando aplicava defensivos agrícolas na plantação com aquelas bombas presas às costas. Veio para São Paulo em meados da década de 70 estimulado por dois irmãos mais velhos que trabalhavam no ABC. Marinho entrou na Volkswagen em 1978 enquanto residia no distrito São Rafael de 75 a 1990, quando se mudou para São Bernardo.
É desse período que se inicia nas lutas trabalhistas ou sindicais. A consciência cidadã, entretanto já estava dada nas lutas reivindicatórias mais gerais.
Durante a conversa Marinho disse que suas experiências foram, em sua maioria, positivas. Uma delas foi conseguindo barrar a intenção da VW de mudar-se para o Paraná, no esquema de guerra fiscal e outra na Ford que também tinha proposta para se mudar. Como as mudanças foram inviabilizadas pela ação das lideranças sindicais e dos trabalhadores os empregos se mantiveram na região.
Luiz Marinho pode ser o candidato ao governo pelo PT
Indagado sobre planos e projetos para pleitear votos nas eleições deste ano para o governo do Estado, Marinho explicou o que nos parece óbvio, qual seja a profunda crise que o país atravessa. “Precisamos de todos e de todas que tenham intenção de reverter esse estado de coisas, sejam pessoas sejam organizações sejam partidos que possam se aliar”, enfatiza, não sem antes reconhecer que os governos petistas também erraram aqui e ali, mas que tem como positivo o saldo geral.
Marinho convida a olhar para trás antes de 2002, ao primeiro governo do ex-presidente Lula e depois. A situação assumida ao primeiro governo Lula não era tão saudável como teria dito os peessedebistas “muita coisa precisou e foi consertada”, disse. Para Marinho a aposta da elite era de que Lula sequer terminaria o primeiro mandato. Fez o primeiro, o segundo, ajudou a eleger a Dilma em primeiro e segundo mandato já numa conjuntura econômica local e internacional bem complicada.
Lembremo-nos que a Dilma foi à candidata indicada pelo ex-presidente devido ao estrago que as investigações do que se chamou de ‘mensalão’ fez junto aos principais nomes petistas. Lembremo-nos, também, da primeira declaração do senador Aécio Neves (PSDB/MG) que disse que ia inviabilizar o governo da adversária eleita no mesmo dia em que soube de sua derrota.
Conjuntura deve ser favorável
Voltando ao quadro de São Paulo, Marinho entende que as chances de o PSDB ser derrotado no estado após décadas de governo aumentam exponencialmente. E parte pela constatação óbvia de que o PSDB ou a elite patrimonialista paulista sempre discursa cobrando melhorias no governo do Estado e por essa razão pedem votos. Mas, se pedem voto o fazem dizendo que é preciso melhorar? Isso é basicamente atestar que eles, que estavam no governo, não governaram direito.
Além disso, Marinho considera que a promessa dos atuais governantes: com Michel Temer, PMDB e PSDB a frente de melhorar a situação no país não se concretizou; muito pelo contrário a perda de direitos, o aumento do desemprego que entre os que procuram e não acham, os informais e os que desistiram de procurar já atinge quase 24% da população economicamente ativa; o congelamento dos investimentos e das coberturas dos gastos sociais, mais a entrega do patrimônio nacional a preços vexatórios devem contribuir para aumentar a rejeição ao mais do mesmo, o que poderá, a depender das propostas e das alianças construídas, permitir que o PT vá ao segundo turno para disputar o governo. (JMN)

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