Com a seca, o governo deveria ouvir a Zeladoria Ambiental

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Zeladoria Ambiental – Jardim São Francisco Global é uma grupo formado por lideranças comunitárias, que articula parcerias procurando a efetivação de ações voltadas para o desenvolvimento e sustentabilidade da comunidade fomentadas por meio de um foro ambiental que acontece semanalmente e que possibilita as pessoas estarem conectadas, interagem entre si, assumindo o papel de protagonistas do processo de desenvolvimento da localidade.

Em rápido encontro de alguns membros d a Zeladoria Ambiental de São Mateus com a reportagem em agosto ficou reveladas as dificuldades que aqueles voluntários na defesa do meio ambiente tem para atuar quando em conjunto com empresas públicas ou governos, principalmente quando se trata de tomar medidas sustentáveis e viáveis com relação aos recursos hídricos disponíveis que se encontra nas nascentes.
Segundo a Zeladoria que é composta por cerca de 30 pessoas e onde cerca de 20 são mais ativos, existem cadastradas e mapeadas 32 nascentes na região de São Mateus. A maior parte delas ajudando a alimentar a bacia do Aricanduva. Da maioria delas verte constantemente água sem qualquer tipo de aproveitamento mais direto o que expõe um contra senso nesses tempos de restrições com o uso dos recursos hídricos e as recorrentes faltas de água para abastecimento.
Se por parte das empresas e governo estadual não se vê iniciativas, a Zeladoria tem disposição, estudos e conhecimentos para interferir produtivamente sem grandes impactos negativos e preservando ambientalmente as nascentes. Para tanto, além de seus próprios estudos o grupo dispõem de estudos técnicos e de ajudas pontuais com informações e estudos que foram obtidas junto à algumas secretarias municipais e mesmo a subprefeitura de São Mateus.
As dificuldades são de outra natureza, entendem os zeladores, mas, principalmente o que consideram ser omissão da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) a qual cabe gerenciar e operar o abastecimento de água para distribuição e coleta e tratamento de esgotos. Nenhum tipo de aporte e apoio vem dessa empresa, reclamam.
Segundo o grupo, existem nascentes na região em distintas condições; desde aquelas de fácil acesso e onde pequenas intervenções já poderiam ser adotadas no sentido do aproveitamento da água para reuso e outras com mais dificuldades, mas não intransponíveis que estão até mesmo localizadas em terrenos particulares. Mais difícil mesmo, são aquelas que estão passando por baixo de construções.
Com a falta de água dos tias atuais, soa como estranho o comportamento da empresa e a falta de um entendimento mínimo desta com os zeladores. A mesma disposição, ou falta dela também se verifica no departamento de Águas e Esgotos (DAEE). Essas empresas deveriam prestar atenção a essa discussão e apresentar argumentos válidos e consistentes para uma medida ou outra.
Enquanto isso não ocorre, convivemos com o fato de que, pelo menos no parque São Francisco, onde parte importante dessas nascentes estão presentes, o aproveitamento da água seria um fator positivo nesse período de escassez.
O que minimamente se espera desses órgãos, reiteramos,  é a atenção e posicionamentos claros sobre quais dificuldades  operacionais e de natureza legal impedem possíveis aproveitamentos.
Sem explicações claras os zeladores e todos nós, como cidadãos temos que conviver com as contradições que se observa nas políticas e nas inciativas do governo estadual que gasta recursos bilionários para coletar água cada vez mais distante; para tentar proteger o que resta das águas medianamente poluídas de represas como a Billings e a sempre prometida, mas nunca concluída limpeza e saneamento do Rio Tietê, apenas para ver as incongruências. Chega a ser rizível, então é o número de estações de tratamento de esgotos (ETEs) para uma região metropolitana do porte de São Paulo, menos de seis.
O resumo é que a Zeladora nem está falando de apoios ou recursos que passem sequer na menor e pequenina parte do que é gasto na tal da gestão da água. São ações simples, de recursos modestos que podem viabilizar o aproveitamento dessas água que escorre aos nossos pés, digamos assim. Quando o governo e essas empresas vão ouvir?

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