João Ananias visita o Gazeta São Mateus e fala sobre a atuação e planos para o primeiro mandato

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O vereador é advogado, mineiro, morador da zona leste e secretário geral do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de São Paulo

O vereador João Ananias Moreira Silva (PT) visitou o Gazeta São Mateus para tomar um café e foi entrevistado pela diretora e jornalista Lucy Mendonça. O parlamentar assumiu em março após mudanças no Legislativo com a saída dos vereadores Reis, Antonio Donato e Eduardo Suplicy, que assumiram como deputados estadual, e dos vereadores Alfredinho e Juliana Cardoso, eleitos deputados federais.

João Ananias é advogado, mineiro, morador da zona leste e secretário geral do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de São Paulo. Filho de lavradores, veio bem jovem do norte de Minas Gerais em busca de uma vida melhor em São Paulo. Como advogado e militante do PT, passou a realizar trabalho social nas zonas Leste, Zona Sul e Norte.
“Estou vereador da cidade mais rica deste país e fico triste com tanta desigualdade. Sempre vi São Paulo assim: 3% da população é rica, 17% se acham ricos e 80% são pobres. O centro de São Paulo está abandonado, a pobreza aumentou demais”, lamentou.

Segundo ele, uma das formas de mudar o quadro seria descentralizar o poder. “Por exemplo, todas as subprefeituras têm que receber seu dinheiro ali e o subprefeito conhecer a região e aplicar na região. Mas não só aplicar para aqueles que ele acha que é ideal porque é do lado dele. Tem que aplicar em todo o bairro. Se você fizer essa descentralização, vai conseguir diminuir a desigualdade”, citou João.

156 – “Já falei ao prefeito que este 156 não funciona. Vimos na audiência pública de São Mateus o pessoal reclamando bastante desse serviço. Outro problema é a péssima qualidade do asfalto. A fábrica própria do asfalto foi desativada, terceirizou com baixa qualidade. Por isso o PT protocolou pedido de abertura da CPI do asfalto, mas como só pode ter três cpis por ano, não emplacou”, disse.

Saúde – O parlamentar tem feito visita surpresa a unidades básicas de saúde e declarou que tem presenciado situações de mal atendimento a falta de médicos, de estrutura e descaso. “É preciso rever os contratos. O médico chega na unidade, firmou o contato com a prefeitura ou com a organização de saúde, mas tem um consultório particular. Normalmente você vai na UBS, ele te olha dois minutinhos, muitas vezes nem aparece para trabalhar. Há má fé de muitos. Por isso, o governo federal pretende contratar seis mil médicos para cobrir esses territórios e solucionar vários problemas da rede pública de saúde”, citou.

Privatização – “Privatizar não é solução, vejam o que aconteceu após a privatização do serviço funerário e de concessionárias que operam o transporte público, o caso da CPTM. Os piores serviços que estão sendo prestados na cidade sobre trilhos foram privatizados, a linha lilás, o monotrilho de São Mateus”, falou.

Também colocou o mandato à serviço do jornal e da população do Jardim Santa Bárbara para ajudar na luta para transformar a UBS Santa Bárbara em uma UPA 24h. A unidade já não comporta o volume de usuários e tem feito atendimentos até num salão de uma igreja evangélica por falta de espaço.

Moradia – João defende a unificação do cadastro das pessoas que precisam de moradia popular no município. “Os governos municipal e estadual perderam o controle. Também esse programa da prefeitura, o “Pode Entrar”, se você tem uma moradia que custa R$ 120 mil, estão vendendo por R$ 220 mil. É uma indústria para ganhar dinheiro”, criticou.

“Nós vamos fazer um cadastro para saber quantos imóveis estão ociosos sem moradia. No centro tem vários prédios vazios e abandonados e que a especulação imobiliária está segurando para vender mais caro e dizer que, a partir de agora, vai destinar esses imóveis a pessoas em situação de vulnerabilidade social extrema. É preciso dar condição para povo ir ao trabalho, médico, escola, condução de boa qualidade”, apontou.

O vereador convidou a população a conhecer o mandato, participar da política e frequentar a Câmara para saber quem trabalha de fato. “Em 2020 em São Mateus e em São Miguel Paulista e em muitas áreas periféricas, quase 50% não foram votar, enquanto que em bairros com Pinheiros e outras regiões mais abastadas teve alta presença nas urnas, os bairros ricos votam e cobram seus projetos, o povo precisa agir da mesma forma”, reforçou.

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