Menos palanque e mais trabalho Menos falácia e mais seriedade

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A CPI da COVID-19, também conhecida como CPI da Pandemia, CPI do Coronavírus, ou simplesmente CPI da COVID, é a comissão parlamentar de inquérito em andamento no Brasil que investiga supostas omissões e irregularidades nas ações do governo federal durante a pandemia de Covid-19. Criada em 13 de abril de 2021, foi oficialmente instalada no Senado Federal em 27 de abril de 2021.

Palco de vaidades e disputas políticas acirradas mirando 2022, a comissão quase nada avançou em seu real propósito: provar de fato irregularidades, desvios e falcatruas. Quem é inocente e culpado de fato nessa roda-viva de acusações, bate-bocas inflamados e jogo de interesses?

De um lado, a bancada governista armada até os ossos para defender – e isentar – a Presidência da República de qualquer pelo em ovo na condução do enfrentamento da maior crise sanitária do século. Do outro, a bancada da oposição, paramentada de discursos apaixonados contra o chefe da Nação e o Ministério da Saúde, respaldada por números alarmantes da escalada de mortes e casos.

Quase meio milhão de brasileiros já perdeu a vida devido ao vírus desde o início da pandemia em março de 2020, enquanto nem um quarto da população está vacinado.

O fato é que são raros os depoimentos técnicos e qualificados que agreguem algo de valor para a população. Na maior parte das vezes o que assistimos são falas controversas, perdidas e sem embasamento científico ou conhecimento de caso. Salvo raras exceções, nesse caso, cientistas e médicos sanitaristas ou especialistas em infectologia, biologia, microbiologia ou doenças infecciosas, que falam em nome da ciência e não pautados por cores partidárias A ou B.

Para a população, o que irá resultar da CPI da COVID-19? Por acaso será revelado o motivo de terem montado estruturas caríssimas, os hospitais de campanha para pacientes com coronavírus, para depois desmontar tudo, sabendo-se que numa pandemia existem sucessivas ondas? Gastaram rios de dinheiro público, teve hospital de campanha que sequer foi usado. Estamos com 100% de leitos de UTI para pacientes com COVID ocupados em várias regiões do país. Onde foi parar todo o investimento feito? Sem falar nos itens superfaturados.

E como ficarão os 14 milhões de desempregados, os mais de 20 milhões em situação de miséria e fome, os milhares de estabelecimentos fechados e falidos? Como fica o socorro aos micro e pequenos negócios que empregam 60% da força de trabalho? E o futuro da educação, com escolas fechadas, 30% dos lares sem acesso ao ensino remoto, tecnologia ou wi fi?

Essas e outras perguntas devem ser feitas exaustivamente pela comissão. É isso que o povão quer saber, não apenas que kit-covid de “tratamento precoce, hidroxicloroquina e cloroquina não servem em nada para prevenir da contaminação do vírus”. Isso até as crianças já sabem.

Portanto, menos palanque e mais trabalho, menos falácia e mais seriedade. Afinal, 2022 está aí, mas a fome, a doença, o desemprego e o desespero da população já bateram na porta faz tempo.

Lucy Mendonça
Jornalista responsável pelo Jornal
Gazeta São Mateus
MTB 43029-SP

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