Novo normal não significa fim da pandemia

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O fim de semana prolongado, que emendou com o feriado do Dia da Independência, celebrado na segunda-feira (7), teve praias, parques e bares lotados pelo país e em São Paulo não foi diferente. Mesmo com restrições impostas por prefeituras e governo estadual a fim de conter o contágio por covid-19, o que mais se viu foram pessoas se aglomerando em espaços públicos, festas particulares, praças, parques, shoppings e praias.

Na Zona Leste, moradores de Itaquera viveram um show de horrores e de desrespeito, não apenas com a questão da doença, mas principalmente com a vida. Bailes funk se estenderam madrugada afora em meio à pandemia do novo coronavírus, jovens sem máscaras, bebendo e usando drogas no meio da rua.

Cenas lamentáveis tomaram conta dos noticiários. Os moradores, cidadãos honestos, pais de família, que precisam acordar cedo para trazer o pão para casa se arriscando em conduções lotadas com distanciamento social zero, denunciam que o “pancadão da independência” iniciou na sexta e só terminou no domingo. Nem a polícia e muito menos a pandemia conseguem mais conter os tais fluxos, cada vez mais comuns nas nossas periferias.

Enquanto isso, o governo tem flexibilizado cada vez mais as medidas de segurança contra a pandemia. Que a economia sofreu um forte abalo em suas estruturas ninguém duvida. Todos entendem que seis meses de restrição é tempo demais para qualquer estabelecimento sobreviver à tamanha crise sanitária e financeira.

Mas, sejamos realistas. De que adianta ficar repetindo o mantra “Use máscara”, “Use álcool em gel” e “Mantenha o Distanciamento Social” quando nos deparamos diariamente com conduções lotadas, aglomerações em shoppings, espaços públicos, feiras livres, espaços públicos e avenidas, apinhados de gente sem máscara, uns em cima dos outros, sem o mínimo cuidado?

Enquanto os trabalhadores da saúde lutam, se contaminam e perdem a vida na linha de frente dessa batalha que ainda está longe de acabar, milhares, principalmente a nossa juventude, que parece estar vivendo nos últimos meses como se não houvesse amanhã, põem em risco a saúde e a vida de suas famílias e de toda a sociedade.

EM TEMPO – Até o fechamento dessa edição, o Brasil registrava aumento de 800 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 131.274 mortes pela doença. O país atingiu 4.315.858 infectados. O Estado de São Paulo apresentava 32.606 óbitos e 892.257 casos confirmados de covid-19, enquanto que a capital chegava a 313.551 casos confirmados e 12.027 óbitos (até 12/09). Portanto, não é hora de baixar a guarda. O “novo normal” não pode ser confundido com o fim da pandemia, infelizmente. Ainda não temos a cura e o vírus circulando entre nós.

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