Trauma nas escolas

0
2610

Os últimos acontecimentos dos ataques nas escolas são extremamente preocupantes levando em conta a perda de vidas, as lesões físicas e as sequelas traumatizantes deixadas. Refletindo sobre os episódios, os ataques não sucederam por acaso; são fatores multifacetas que certamente ocasionaram dessas situações dolorosas de mortes nas escolas.

Em primeiro lugar, vivemos numa época em que os assassinos são aplaudidos (idolatrados) pelas mídias sociais por certos perfis de pessoas, especialmente alguns jovens e adolescentes que se inspiram nesses atos violentos; infelizmente, as imagens desses são postadas nas redes sociais e as pessoas com tais tendencias logo se inspiram com tais imagens divulgadas nas redes sociais.

Além disso, há uma disseminação de ideologias tóxicas propagadas na internet e a maioria dos adolescentes e jovens não tem a maturidade para discernir para poder saber as motivações por traz tais tendencias extremistas. É facilmente, achar grupos e comunidades nas redes sociais que têm inclinação ao neo-nazismo e ao neo-fascismo. As ideologias partidárias políticas não são isentas e de toda a problemática vivenciada nos últimos anos no brasil e pelo mundo inteiro.

No entanto, podemos inferir que as escolas não estão preparadas para lidar adequadamente esses cenários de violência. A sociedade líquida segundo Zygmunt Bauman onde as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos é uma sociedade doente e cheio de neuróticos que precisam ser cuidados e tratados. O espaço escolar não está preparado para tais mudanças na sociedade começando com as famílias. A equipe dos docentes não tem nenhuma ferramenta para lidar com situações de transtornos dos alunos os quais provêm de alguns espaços escolares e familiares como agressões e bullying.

Podemos postular que as autoridades públicas diante desse fenômeno pudesse tomar certas medidas de curto, médio e longo prazo para intervir a situação que cada vez mais assusta a população. As medidas não devem ser paliativas senão preventivas; não podemos agir como fôssemos bombeiros só para apagar os incêndios.

O fácil acesso às armas é uma das grandes preocupações da nossa sociedade. Todos os ataques desde 2022 a 2023 armas de fogo foram utilizadas. Diante de toda a problemática atual, será que a nossa sociedade brasileira está preparada para lidar com a política de porte de armas que foi um dos pontos nos debates presidenciais nas últimas duas eleições?

Umas recomendações:

1. Proibir a publicação das imagens dos atores dos ataques se não serão proclamados heróis por alguns desses adolescentes com perfis de tais inclinações.

2. Se necessita profissionais preparados como psicólogos nas escolares para orientar as famílias em como lidar com alguns comportamentos dos seus filhos e ao mesmo tempo como monitorar esses adolescentes no uso da internet onde tem acesso aos conteúdos indevidos.

3. O reforço de segurança no ambiente escolar é essencial como uma resposta rápida diante dos ataques esporádicos.

Por: Pe. Bonifácio Issaka
Missionário do Verbo Divino

Leave a reply