Não fique doente, pois não terá para onde correr

0
879

O fato é que nesses dias da primeira quinzena de abril estamos no ‘cada um por si, Deus por todos’, mesmo diante do fato prescrito na constituição que cabe aos governos cuidar de sua população onde o direito a segurança, ao transporte público de qualidade, da educação e da saúde e outros também estão longe de estarem garantidos.
Pois bem nada desses direitos tem funcionado adequadamente em quase todo lugar e também aqui em São Mateus. Tanto é assim que na última sessão da Câmara na semana passada, dia 11, que foi feita no CEU São Mateus, em um universo de 114 inscritos, 30 moradores e lideranças, em sua esmagadora maioria, só reclamou. E reclamou muito, um pouco de cada coisa. Embora a pauta tivesse que ser circunscrita as responsabilidades da prefeitura municipal sobrou ferro também para o governo do Estado.
Tudo fragilizado. É público e notório que uma epidemia de dengue vem se instalando e para desgraçar ainda mais vem se acentuando a ausência de atendimento médico público e gratuito nas tantas unidades de saúde mais ou menos espalhadas pela região. Ninguém me convence de que o crescimento da ocorrência de casos de dengue tem a ver com a falta de água. As pessoas, no sufoco, começaram a reservar água onde e como podiam, tentando se aproveitar, inclusive, das chuvas do período, muito porque o governo do Estado, alertado desde pelo menos três anos antes, não tomou providências para enfrentar a escassez e as dificuldades de abastecimento que mais cedo ou mais tarde iria chegar. E chegou.
Armazenando de forma errada e sem os cuidados primários para evitar criadouro para mosquitos da dengue estamos experimentando e pagando pelos nossos erros. Nossos pelo descuido de armazenamento e o do governo por omissão.
Com a dengue atacando o futuro paciente _que se tornará paciente, caso doente, não tem onde conseguir ajuda. Isso pelos simples e preocupante fato de que não se encontra atendimento ágil nas unidades de saúde dos três distritos de São Mateus. Fenômeno que em maior ou menor grau se repete em toda a cidade. Em geral a demora em conseguir passar por um clínico geral leva folgado acima de 60 dias.
Não adianta, caro leitor, você contar com o socorro para as suas dores nesse período e em outros também, sejamos sinceros. Caso você não tenha uma assistência médica particular com a prestação paga regularmente será pedir para ficar frustrado e sem socorro. Parece haver uma ‘política deliberada’ de esvaziar as unidades básicas de saúde. Para se chegar aonde não sei ao certo. Deve ser aquelas coisas lá da política econômica, afinal também estamos diante de uma crise se instalando. Se algum consolo pode haver é o fato de termos consciência que isso não ocorre apenas na cidade de São Paulo e faz parte do cotidiano de tantas outras cidades importantes do país.
Mais duro ainda, é ficar sabendo que no dia 15, o Senado Federal, cujos senadores, familiares e funcionários tem assistência médica privada pago com dinheiro de nossos impostos, aprovou uma medida provisória que anistia em R$ 2 bilhões os planos de saúde, referente a multas aplicadas a esses planos pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Esperemos que a presidente Dilma Roussef, aquela mesma que muita gente quer tirar de lá vete a medida. Ela tem 15 dias a partir de agora para proibir ou seguir junto para mais essa injustiça com a população.
Em São Mateus só não digo que as unidades de saúde ficam às moscas, porque ainda é intenso a circulação dos moradores na vã esperança de algum tipo de atendimento médico. Esse é para aqueles que conseguiram esperar durante muito tempo pelas suas consultas. Não ficam às moscas porque ainda existem nessas unidades alguns funcionários abnegados, esforçados que tentam tanto quanto possível reconfortar o infeliz que foi atrás de ajuda e não encontrou.
O que sei dizer é que desejo a vocês que não sejam acometidos por enfermidades, nem sejam atacados pelos mosquitos da dengue de forma a se contaminarem. Eu não poderia ajudar muito e do jeito que estão as coisas nem a prefeitura, nem o estado, nem a federação, portanto nem o prefeito, nem o governador, nema presidente e todos os seus séquitos e auxiliares que estão cobertos com assistência médica pagas com o dinheiro público, portanto, meu e seu. Saúde a todos!

(LM)

Leave a reply