A história do bairro – Quem foi Nildo Gregório

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Nildo Gregório da Silva nasceu em 29/10/1917, na cidade de Lavras, MG. Filho de uma família humilde com mais de 10 irmãos, começou trabalhar cedo ajudando seu pai na abertura de estradas Brasil adentro.

Após a família se estabelecer em Amparo (por volta de 1930), interior de São Paulo, mudou-se para São Miguel Paulista (1942) onde montou uma pequena empresa na área da construção civil.

Imaginem a dificuldade que era, na época, fazer trabalhos de abertura e terraplanagem de ruas, estradas e avenidas. Afinal, não tínhamos o maquinário e tecnologia de hoje.

Em meio aos trabalhos, conheceu Mateo Bei. Este o contratou para que, “em 16 de Dezembro de 1946, às 7 horas da manhã, puxando burros, Nildo desse à abertura da Avenida Mateo Bei, exatamente no marco ‘zero’, na Avenida Caguaçu, mais tarde Avenida Rio das Pedras.”
Diferente do que esta registrado em alguns meios, Nildo Gregório não era funcionário de uma empresa, mas sim o responsável por ela.

Com a abertura da Avenida, o bairro foi sendo construído e povoado. E Nildo, mesmo ainda morando em São Miguel Paulista, acabou criando uma enorme identidade com o bairro que se formava.

Em 1952 fundou a “Associação Divulgadora A Voz da Colina”, um instrumento para as reivindicações de melhorias da região nos setores de transportes, educação, saúde e lazer entre outros. “Entra no ar a nossa Associação divulgadora A Voz da Colina, uma voz amiga que cruza os céus de Piratininga”. Era assim que começava o “programa” com seu megafone.

Nessa época, com a chegada da indústria automobilística, viu sua empresa falir. Afinal, as carroças não eram páreo para os caminhões. Com isso entrou para o serviço público em função administrativa. Tornou-se assessor direto dos governadores e prefeitos no período de 1960 até sua aposentadoria em 1985.

Durante esse tempo, seu trabalho de base foi fundamental para que a periferia conseguisse melhorias como pavimentação, escolas, postos de saúde, iluminação, enfim, tudo que um bairro precisa para ter um padrão digno de vida.

São Mateus sempre foi a “menina dos olhos” de Nildo Gregório. Mesmo tendo que percorrer a cidade inteira para levar melhorias, todo fim de semana estava em Cidade São Mateus, como ele carinhosamente chamava o bairro que começou a construir a ajudou a fundar. Em todos subdistritos de São Mateus que surgiram até 1985, a 1ª pavimentação, a 1ª rede elétrica, o 1º “tudo” teve a mão dele.

Em 1988 candidatou-se, tardiamente, a uma vaga de Vereador. Infelizmente não se elegeu para realizar o grande sonho de emancipar Cidade São Mateus.

Faleceu pouco depois, em 20/01/1990 de AVC. Deixou 4 filhos, uma filha e 4 netos. Não teve oportunidade de conhecer a neta e a bisneta.

Uma grande homenagem que fez ao bairro amado, foi batizar seu ultimo filho de Mateus. Sim, não é homenagem ao santo, mas sim ao Bairro!

Seu maior legado foi a honestidade! Um homem que teve acesso ao poder como ele, morrer pagando prestação de casa própria, não é para qualquer um.

Mateus Gregório

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