Hospital Tide Setúbal é o retrato do descaso na saúde

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Junto com os movimentos de saúde da zona leste, de entidades sindicais dos servidores, dos conselhos gestores e de moradores de São Miguel Paulista, participei na terça-feira, dia 18 de fevereiro, do ato público em defesa do Hospital Municipal Tide Setúbal.

Recentemente, por falta de profissionais, o hospital registrou assassinato de um paciente que estava internado no setor de psiquiatria.

Essa, porém, não foi a única ocorrência que foi parar na imprensa. De uns tempos para cá, o hospital coleciona episódios tristes que são o retrato do descaso da gestão Bruno Covas (PSDB) com a saúde pública na cidade.

Nesse mesmo hospital, foi aplicado anticoncepcional subcutâneo em mulheres em situação de vulnerabilidade social com data de validade vencida. Esse procedimento expôs as mulheres a riscos. E houve registro de ofensas misóginas de dirigente à conselheira gestora.
O Tide Setúbal é administrado pela Autarquia Hospitalar Municipal (AHM) e sofre há dois anos com os outros 10 hospitais com a falta de recursos humanos.

Esse desfalque de profissionais da saúde se reflete no dia a dia. Usuários enfrentam longo tempo de espera no pronto socorro. E também há excessiva demora para conseguir cirurgia eletiva.

Relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM) do ano passado mostra que o déficit nos 11 hospitais é de mais de 7 mil profissionais. As lacunas no quadro são de 2225 médicos e 2800 profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem).
Essa defasagem poderia muito bem ser minimizada, pois existem concursos da Autarquia em aberto para todas essas funções carentes.

Nas audiências públicas da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, da qual sou integrante, temos, junto com as entidades sindicais e movimentos, cobrado da Secretaria Municipal de Saúde a nomeação desses profissionais para suprir esse déficit.

No entanto, em vez de optar por convocar esses profissionais, a gestão Covas prefere colocar a Autarquia no pacote de concessões da saúde pública para administração das Organizações Sociais, cujo projeto de lei está para ser votado em definitivo pela Câmara Municipal.

E hoje, além de prejudicar o atendimento aos usuários, a situação do Tide Setúbal se reflete nos atuais profissionais que trabalham em constante pressão, com plantões extras, sobrecarga de trabalho e adoecimentos. O quadro é de desestimulo na prestação de melhores serviços.

 

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