Em São Mateus, visita do prefeito virou espetáculo

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Se alguém gostou da visita oficial do prefeito João Dória ao bairro de São Mateus deve ter sido os expectadores assíduos de certo programa televisivo de humor. As lideranças e moradores do bairro com certeza e cheias de razão, não. Parecendo querer não se indispor com a mídia televisiva, o prefeito participou do espetáculo e comprometeu sua visita, que de produtiva pouco revelou.
O que se viu durante o dia para o qual lideranças e moradores tinham grande expectativa foi um espetáculo grotesco entre os personagens do programa e o prefeito e assessores que nada fizeram além de distribuir sorrisos sem graça. Porque carga d´água não se limitou a infeliz participação do programa que comprometeu o que a comunidade tinha como planejado? Ou seja, moradores e lideranças queriam apresentar as dificuldades, demandas e sugestões para resolver problemas locais que afligem a maioria dos moradores e dos que trabalham na região.
Como o infeliz acontecido já passou, esperamos sinceramente que do fiasco se tire uma lição a ser aprendida pelo prefeito e por aqueles que respondem pelo poder público para o qual foi delegado em voto ou indicação.
Deve-se, sim, não ter restrições e restringir completamente a imprensa ou, no caso, o entretenimento e as ‘tiradas’ de programas humorísticos, entretanto limites precisam ser definidos, para que em nome da liberdade de informação e de ação cultural não se comprometa diálogos, planos e ações que a prefeitura tem que fazer no sentido de dar transparência a sua gestão.
Menos de dois meses da posse e já temos alguns esbarrões entre eles mesmos. Em meados de fevereiro, o prefeito Joao Dória já ameaçou os prefeitos regionais, indicados por ele próprio, àqueles que na outra gestão eram os subprefeitos de dispensa por causa das conversas informais que entregaram a penúria em que estão as prefeituras regionais ou antigas subprefeituras.
O fato é que nada de objetivo e significativo tem acontecido nessas instâncias da prefeitura. Até o staff da administração está incompleto. Seus cargos de confiança ainda estão sendo negociados. Não existem revelados os parâmetros gerais de comportamento e adoção de planos gerais por parte da atual administração. Não existe uma linha mestra materializada que possa ser assumida pelas prefeituras regionais fora do trivial que é a zeladoria de espaços públicos, limpezas pontuais, etc.
Como resposta a inquietação dos prefeitos regionais com a falta de verbas, o secretário das Prefeituras Regionais, Bruno Covas pediu criatividade. O secretário informou na nota que “enviou orientação a todos os prefeitos regionais determinando que exerçam suas funções com os recursos disponíveis, utilizando-se de esforço e criatividade”. Ainda segundo ele, “qualquer manifestação, a posteriori, em que se declarem incapazes de atender às necessidades da população será entendida como renúncia tácita ao cargo, acarretando a imediata substituição”.
O fato é que apesar de considerarmos que estamos naquele espaço do tempo de tolerância, que varia de 06 meses a um ano, que todos nós damos aos novos eleitos; período em que sempre entendemos é de adaptação e de recomposição e arrumação do que encontrou, não está muito claro o que o prefeito João Dória terá como linha mestra do seu mandato.
Segundo ele o enfoque estará sendo dado à gestão o que nos permite entender que ele pretende fazer melhor e de forma mais eficiente o que já se fazia.
Claro que pode ser muito mais que isso para ser revelado com o tempo, mas se for apenas melhor gestão, sugerimos que essa passe também pela limitação do espetáculo que são ou serão as aparições do prefeito e que as atividades externas junto com a população não sejam de perda de tempo, porque na ida à São Mateus, infelizmente foi o que aconteceu. (LM)

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