Trabalhos avançam na extensão da Linha 15-Prata enquanto impasse em obras de vias persiste

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Construção das estações Boa Esperança e Jacu Pêssego evoluem, mas disputa pelo contrato de obras de readequação viária da Avenida Ragueb Chohfi pode atrapalhar planejamento

A extensão da Linha 15-Prata de monotrilho até a futura estação Jacu Pêssego está ganhando forma, com os trabalhos avançando nessa parada e em Boa Esperança.
Imagens aéreas do canal iTechdrones mostram os canteiros de obras movimentados, com fundações sendo feitas nos acessos enquanto a construção das vias também evolui.

Além desse escopo, o Metrô tem ainda a obra do pátio Ragueb Chohfi, cujo terreno está quase todo limpo.

Como mostrou o site recentemente, o governo do estado espera inaugurar o novo trecho da Linha 15 em duas etapas, a primeira entre Jardim Colonial e Boa Esperança em setembro de 2026, e a segunda, em setembro de 2027, quando o ramal chegará à Jacu Pêssego.

A separação de um ano pode ter uma explicação: o atraso no contrato de readequação viária da avenida Ragueb Chohfi. Um grande trecho da via entre as duas novas estações precisa ser alargado e ter um canteiro central implantado para receber as vias do monotrilho.

Impasse entre vencedor e derrotado na licitação

No entanto, o Metrô está com dificuldades para licitar o serviço, de baixa complexidade. A concorrência foi lançada em setembro do ano passado e teve como único proponente o Consórcio Expresso Ragueb, formado pelas empresas Álya e Coesa e que entregou proposta no valor de R$ 250,6 milhões.

O valor, bem mais alto que o orçamento da companhia estadual (R$ 183 milhões), foi recusado, o que não impediu o consórcio de tentar forçar o Metrô a aceitá-lo, o que não ocorreu.

O Metrô relançou a licitação em maio deste ano e na segunda tentativa mais empresas participaram. A Álya, já sem a Coesa, propôs um valor bem inferior ao original: R$ 146,9 milhões, ou 43% menos. Apesar disso, foi batida pelo Consórcio Augusto Velloso A3 Linha 15, que pediu R$ 146 milhões.

Após ter sua proposta aceita pelo Metrô, o consórcio vencedor não teve tempo de comemorar. A Álya entrou com recurso administrativo para contestar a capacidade técnica e financeira da rival. Desde então, os dois grupos têm enviado manifestações à comissão de licitação em que discutem as regras do edital e os documentos apresentados.

Já se vão mais de dois meses de impasse enquanto o Metrô avalia o que fazer. A demora sugere que o assunto pode se estender além do âmbito da companhia, indo parar nos tribunais, como já ocorreu com outros contratos.

Por Ricardo Meier

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